Capítulo 2 - Hayley

- Hayley, acorda. Hayley. HAYLEY!!!
- Não mãe, eu não quero ir pro colégio, acho que tô com gripe suína...
- Hayley!! Ta louca? Você ta no trabalho, quer ser demitida? – Sou sacudida de leve e enfim resolvo abrir os olhos. Ah, oi Billy. Conheçam Billy, meu colega de trabalho. Trabalho no qual eu não deveria estar dormindo...
- Tô acordada...
- Tô vendo... Todo dia de plantão você dorme! Se eu não tivesse aqui pra te acordar todas as vezes que você dorme, você já teria sido demitida!
- Obrigada Billy... Agora me dá cobertura, vou voltar pra dormir.
- Não! É melhor você tomar um café ou coisa do tipo pra despertar.
- Eu preciso que um de vocês vá ao quarto 37, uma paciente acabou de sair de uma cirurgia e precisa de mais alguns cuidados. – um dos médicos passa me entregando uma ficha completa da paciente.
- Billy, você vai.
- Eu não. Se eu for, você vai dormir de novo e eu não vou estar aqui pra te acordar. E provavelmente alguém vai te ver dormindo e vai reclamar, e você vai ser demitida. Você vai ver a paciente.
- Ta bom, ta bom...

Levanto e vou andando enquanto leio a ficha. Tentou suicídio, jogou-se de um prédio de oito andares... Teve algumas fraturas, mas já está fora de risco, está com uma perna engessada e uma costela já tratada... Agora a parte que eu entro: a paciente precisa tomar soro, e enquanto ele estiver aqui, eu irei atender todas as suas necessidades. Sim, eu sou apenas enfermeira, graças a deus... Vida de cirurgião deve ser uma loucura.

Quarto 37... Achei. Abro a porta e quase tomo um susto. A paciente parece uma outra versão minha! Só faltava ter o cabelo ruivo também, nossa.

- Você é a Elektra, certo?
- Sim.
- Bem... O que você está sentindo agora?
- Raiva do mundo. – ri.
- Não, fisicamente.
- Ah sim, dor na minha perna, na costela e um pouco na cabeça.
- Eu vou te deixar tomando soro e vou te dar um analgésico, okay? - Okay.

Saí do quarto, fui num consultório e peguei uma agulha, esparadrapos, álcool, algodões, bolsa de soro, suporte e o analgésico. Sabe, essa paciente é até... Fofa. E não é porque parece comigo não, algo nela me dá vontade de apertar suas bochechas. Aliais... Só as bochechas? Hayley Williams pare de pensar essas coisas, você é uma estagiaria quase assalariada direita! Claro, sei...

Volto ao quarto 37 e ponho os instrumentos que peguei num criado mudo, ao lado da cama. Hayley, controle-se, não aperte as bochechas da paciente...

Dei-lhe o analgésico e preparei o soro. Pendurei a bolsa no suporte e pus uma agulha ligada a uma espécie de canudo, da própria bolsa de soro.

- Eu vou ter que tomar agulhada? – ela me pergunta de forma fofa.
- Como você acha que ia tomar soro? – passo álcool no seu braço com algodão - Calma, nem dói muito.
- Okay... – então a agulha penetra sua pele. – Aaii!
- Vai passar, relaxe. – coloco o esparadrapo por cima da agulha. – Agora fique com o braço quietinho aí, assista televisão... E qualquer coisa é só apertar esse botão aí do lado da sua cama que eu apareço, okay?
- Okay...